Giuliano Cogo: designer e empreendedor

O escritório de Giuliano Cogo é um lugar de pouca luz e música baixa. Este ambiente relax destoa da rotina ocupada do designer-empreendedor. Proprietário da empresa Giuliano Cogo Design Gráfico, Giuliano gerencia a empresa das 8h da manhã até às 20h da noite.

Giuliano se formou na UFSM em 1993 e fez parte da primeira turma de Desenho Industrial – Programação Visual da instituição. Sua inclinação para os trabalhos artísticos começou cedo. “Sempre fui ligado a desenho. Como na minha época não tinha videogame, computador, a gente tinha bem mais trabalhos manuais”, conta ele.

Giuliano conta que, quando fez faculdade, o curso de Desenho Industrial era o segundo que mais gastava em materiais na UFSM, só perdendo para a Odontologia. “A gente tinha que comprar todas as coisas, papel importado, tinta importada, caneta nanquim”. Como não tinha computador na época, os trabalhos eram todos manuais.

Giuliano teve contato cedo com o mercado de trabalho e fez estágio ainda no 5º semestre. A evolução do conhecimento do designer foi de acordo com as disciplinas do curso. Assim, Giuliano começou a desenhar em feiras, como a Feisma, enquanto fazia a disciplina de Desenho e Observação. “O pessoal sentava na frente e eu desenhava”, relata ele.

Giuliano fez os estágios obrigatórios do curso em São Paulo e no Rio de Janeiro, em dois escritórios de design, que eram referências no Brasil. Foi aí que tomou contato com o dia-a-dia de uma empresa de design.

Depois destas experiências, Giuliano trabalhou como free lancer por dois anos. A proporção dos clientes foi aumentando e, assim, em 1996, nasceu a empresa Giuliano Cogo Design Gráfico, pioneira no ramo em Santa Maria.

Hoje, a Giuliano Cogo Design Gráfico tem 14 pessoas das áreas de Publicidade, Desenho Industrial e Administração focadas na produção de peças gráficas, como embalagens e marcas para empresas e convites para formaturas. Alguns exemplos de clientes da empresa são a Eny Calçados, a Marzari Alimentos, a Rede Vivo Supermercados e a Arroz Guidolin.

A produção de convites de formatura começou em 1995, quando Giuliano ainda era autônomo. “No tempo só existia o tradicional veludo e medalhinha, que parecia um talãozinho de cheque”. Junto com um vizinho que fazia Medicina Veterinária, Giuliano criou um convite diferente, que teve aprovação quase unânime da turma.

A partir daí Giuliano começou a lançar idéias diferentes para convites de formatura. “A gente chegou a fazer 60 convites em um ano”, conta ele. Segundo Giuliano, hoje o mercado nesta área está muito pulverizado, pois as novidades já foram copiadas por outras empresas. “Devemos pensar agora no que fazer para diferenciar mais ainda”, continua.

Por ser dono da empresa, Giuliano se define hoje mais como administrador do que como designer. A administração, segundo ele, “é vital. Não existe trabalho de design sem isso.” Ele também diz que pára de pensar em detalhes e começa a pensar mais em marketing, saindo um pouco do design. “Sem isso o design fica vazio, subjetivo”.

A parte mais complicada, segundo Giuliano, é a gestão da empresa, “porque não é a minha área, mas é alguma coisa que tem que estar sob o meu controle. O processo de criação eu domino e faço até com mais gosto, mas se eu não for fazer isso para a minha empresa, eu não tenho coragem de confiar em mais ninguém”.

A Giuliano Cogo Design Gráfico já cresceu bastante em Santa Maria. O plano de Giuliano é sair da cidade para cuidar da parte comercial da empresa, enquanto a parte gráfica continua aqui. “O nosso pulo é fora daqui” Para onde? Provavelmente para Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Caxias do Sul, ou Santa Catarina, quem sabe. O destino ainda está indefinido.

Natália Flores – nataliflores@gmail.com
5º semestre/jornalismo
27/05/2008

Edições Anteriores

Conheça o perfil do cirurgião-dentista Luciano Anziliero

James Pizarro, muito mais que um professor de Biologia

Saiba mais sobre Leonardo Brasiliense: o médico que virou escritor

Confira o perfil da jornalista Marilice Daronco