\"Prefiro ser um vidro\"

Máucio é professor do Curso de Desenho Industrial da UFSM.
Foto: Divulgação


Mário Lúcio Bonotto Rodrigues, o professor Máucio, é cartunista e professor do Curso de Desenho Industrial da UFSM. No último sábado, ocorreu a quarta edição do projeto Carrinhos da Lomba. O projeto resgata brinquedos artesanais de forma criativa. Nesta edição, além de divertir as crianças, os carrinhos desenvolvidos pelos alunos de Máucio foram doados a instituições assistenciais e educacionais. Veja aqui um pouco mais da trajetória do professor Máucio.

InfoCampus: Quais são suas atividades como professor da UFSM?
Máucio: Dentro do campo das disciplinas profissionalizantes, leciono projetos de Identidade Visual (marcas) e Comunicação Visual, onde procuro desenvolver um diálogo entre design, publicidade e marketing. Entre as disciplinas de entrada, leciono Introdução ao Desenho Industrial e a Laboratório de Solução de Problemas, que tem a intenção de chamar o novo estudante para os fundamentos da atividade de designer: idéia de projeto, de trabalho em equipe, de agilidade criativa para solucionar questões dentro dos limites possíveis.
Também ofereço DCGs (Disciplinas Complementares de Graduação)que são boas oportunidades para ementas mais ¨descoladas¨. Nos TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso), oriento trabalhos de desing gráfico com ênfase nas demandas regionais reais. Além disso, como professor, participo das atividades do colegiado do curso e colaboro como orientador de projetos junto ao Laboratório de Design Gráfico que presta serviços para a comunidade.

I: E como artista gráfico?
M: No tempo que sobra, participo de publicações e exposições por convites, além de desenvolver “pesquisas espontâneas” - desenho e texto - que podem, quem sabe, resultar em futuras publicações.

I: Quais são os seus projetos no momento?
M: Muito difícil resumir assim. Os que envolvem mais a comunidade são os Projetos Recriar e o Cartucho, que vai para a 5ª Edição.

I: O "Carrinhos da Lomba" surgiu a partir do "Projeto Recriar", em uma disciplina do Desenho Industrial. Poderia contar um pouco mais do projeto?
M: Sim. Comecei a pensar em como poderia concretizar a disciplina, fui me aproximando dos brinquedos, do lúdico ligado ao design. Lembrei do artesanato e percebi que ele tem uma natureza riquíssima também. Juntei o brinquedo ao artesanal e veio um mar de lembranças. Percebi que isso é uma fonte genuína e profundamente emocional, o que é fundamental em tudo na vida, inclusive no design.

I: No último sábado ocorreu mais uma edição do Carrinhos da Lomba. O evento aconteceu na Rua Serafim Valandro, abaixo da Vale Machado, a partir das 15 horas. Conte como foi o encontro?
M: Foi muito bom. Tivemos um público de cerca de 300 pessoas, os pais levaram as crianças, as pessoas sentadas na calçada tomando um chimarrão.

I: O Cartucho é um evento importante para o humor gráfico no Estado. Fale um pouco sobre o evento.
M: Esse ano nós vamos para o 5° Cartucho, que é o Encontro dos Cartunistas Gaúchos. O evento sempre ocorre em Santa Maria, e recebemos de 30 a 40 cartunistas, entre profissionais e amadores.

I: A Garganta do Diabo foi uma publicação especial para a sua trajetória. Conte um pouco.
M: A revista durou de 1992 a 1998. Eu fazia a coordenação editorial. Formávamos o Grupo de Risco, eu, Byrata, Elias e Orlando Fonseca, mais a colaboração de convidados.

I: Você poderia descrever como é sua rotina de trabalho?
M: Pela manhã faço contatos e penso projetos e aulas. À tarde, aulas. À noite trabalho em meu ateliê, nos projetos especiais e “espontâneos” - ou seja, sem encomenda.

I: Qual é sua maior preocupação ao desenvolver um trabalho?
M: Estar inteiro. Tentar, refletir, refazer. Fico impressionado com aqueles, principalmente jovens, que fazem um desenho e acham que está bom... Isso não tem sentido.

I: O que você leva em conta na hora de criar? Você segue alguns princípios básicos?
M: Princípio do desconhecido.

I: Qual é o significado do desenho em sua vida?
M: É uma das poucas coisas da vida que não conseguiria viver sem. É o meio de linguagem que mais prezo. E nós somos só linguagem “ou vertigem”.

I: Como você lida com a criatividade quando há prazos a serem cumpridos?
M: Para pensar coisas criativas não se precisa muito, mas para se produzir coisas criativas é preciso ter organização. Quanto mais tu antecedes, mais flui. Criar é prever - ver antes. Com angústias, claro.

I: Quais são as suas influências criativas?
M: Tem quatro pessoas importantes no campo criativo: Henfil, Chico Buarque, Paulo Leminski e Manuel de Barros.

I: Que dica você daria para os estudantes que se espelham em seu trabalho?
M: Nossa! Acho engraçada essa pergunta. Prefiro ser um vidro.

Aline Wappler – alinewappler@gmail.com
5º semestre/ Jornalismo
15/7/2008

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