Leodi: “doutora” no ensino de pacientes do HUSM

Léo e alunos na oficina de Produção Textual
Foto: Maíra Bianchini

A pedagoga Leodi Conceição Meireles Ortiz ocupa um cargo único na UFSM : ela é Técnica em Assuntos Educacionais do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) . Léo, como é conhecida no Hospital, foi contratada em 1995 para acompanhar os pacientes da unidade de Hematologia Oncologia do HUSM que estão afastados da escola devido ao tratamento. Desde então, ela coordena a Classe Hospitalar, sistema de ensino alternativo que atualmente atende cerca de 25 crianças.

Formada em Pedagogia pela UFSM em 1983, Léo afirma que não estava preparada para construir a Classe Hospitalar quando foi contratada, pois sua formação acadêmica não abrangia o trabalho em hospitais. A solução foi entrar em contato com outros profissionais e montar um perfil para a Classe Hospitalar do HUSM. Dessa pesquisa, resultou o trabalho ‘Educação e Saúde: Uma Proposta para o Serviço de Hematologia-Oncologia – UFSM’. O projeto foi o único na área da Educação a ser selecionado no 1º Concurso de Experiências Inovadoras de Gestão na Administração Pública Federal no ano de 1996.

Hoje, como o tratamento para leucemia dura em torno de dois anos e meio, o trabalho da Classe desenvolve-se em dois momentos: inicialmente, tem-se um processo semelhante ao ensino à distância, com o aluno ainda matriculado na escola mas recebendo auxílio das professoras no Hospital.

Posteriormente, no segundo ano de internação, o paciente passa a freqüentar a Classe Hospitalar, na qual o formalismo da escola dá lugar à abordagem lúdica dos conteúdos. “A gente pontua para uma educação que seja em uma vertente mais lúdica, porque a criança já vem de um processo de estresse, então acho que o que funciona muito é pegar com uma abordagem mais leve, trazendo sempre o conteúdo. A gente nunca esquece nossa função principal, que é a educação”.

Léo e duas bolsistas da Pedagogia, Carina Vizzotto Meinem e Eva Cristiane Bastos, elaboram oficinas pedagógicas semanais, entre as quais estão as de Alfabetização, de Informática, de Artes e de Produção Textual. Uma das principais preocupações da professora é manter o bom-humor e a animação dos pacientes durante a internação. “Eles têm que usar o conhecimento como forma de emancipação, mas [também] de prazer”.

Segundo a professora, parte do trabalho na Classe Hospitalar é “fazer com que a hospitalização não seja uma ruptura na vida da criança ou do adolescente”. Para isso, Léo procura desenvolver atividades de recreação com as crianças, como o bingo realizado na unidade de Hematologia-Oncologia do Hospital. A freqüência dos bingos depende da disponibilidade de brindes, doados por funcionários do HUSM e voluntários do projeto. Portanto, quem estiver interessado em colaborar com a Classe Hospitalar pode ligar para o telefone 3220 – 8746, pelo turno da manhã, ou perguntar pela Léo no Setor Educacional/Classe Hospitalar do HUSM.

Produção científica e projetos

Maíra Bianchini – mairabianchini@gmail.com
5º semestre/jornalismo
17/6/2008


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