Um final de semana no Campus Caminhada é uma das principais atividades do final de semana no campus.
Foto: Lucas Faustino
Comparar a rotina dos dias de semana com o sábado e domingo no campus leva a perceber como um mesmo espaço físico pode representar duas situações completamente distintas. De segunda a sexta, uma Universidade como qualquer outra, com seus milhares de pessoas circulando apressadas. No final de semana, algo que fica entre um bairro tranqüilo e uma área de convivência relativamente movimentada.
A noção de bairro é dada principalmente pela presença da Casa do Estudante. Pelo fato de muitos dos moradores serem de cidades distantes, fica difícil voltar para casa todo final de semana. A solução para passar o tempo é organizar um churrasco com os amigos e, mais tarde, praticar alguma modalidade de esporte coletivo; na quase totalidade dos casos, o futebol.
As práticas mais comuns durante os finais de semana no campus da UFSM estão, de maneira geral, ligadas a alguma atividade física. A pista de corrida torna-se a via mais movimentada. A probabilidade de encontrar algum conhecido no percurso é grande.
A estudante de Ensino Médio, Gabriela Soudatti, que mora em Camobi, afirma que gosta bastante de correr ou de caminhar na pista: “É muito bom vir aqui. A pista é ótima e fica em um local muito bonito, com muitas árvores, pássaros e ainda tem o lago. Eu venho também durante a semana aos finais de tarde, mas gosto mais de vir ao campus no sábado ou domingo. Além de poder vir mais cedo, são dias bem mais calmos.”
Os finais de semana são também aproveitados para a prática de esportes. O futebol é a prática mais freqüente. Além dos moradores da Casa do Estudante, jovens de Camobi costumam jogar nas proximidades do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD).
Ocorre que ultimamente as regras e o tipo de bola vêm sofrendo mudanças. Isso porque um grupo de estudantes resolveu montar uma equipe de futebol americano. O time não possui técnico e cada integrante contribui com os conhecimentos acerca de regras e posicionamentos.
De acordo com Mateus Soares, “os treinos são marcados principalmente aos sábados e domingos porque são dias em que é possível reunir todos os membros da equipe. Por sermos de cursos diferentes, é difícil encontrar um horário entre segunda e sexta em que todos possam treinar”.
Outro tipo de bola que costuma ser movimentada nas instalações do CEFD é a de handebol. A primeira equipe constituída apenas por acadêmicos da UFSM ainda está em formação, o que exige treinos também aos sábados, como explica o auxiliar técnico Evandro Dotto. Segundo ele, “durante a semana não tem como reunir toda a equipe e também não é possível utilizar o ginásio por toda uma tarde”.
A equipe do Locomotiva Rugby, a exemplo das anteriores, também costuma ir para o campus aos sábados e domingos para treinar. Jean Silveira, afirma que além de ser mais fácil de reunir todos os jogadores, a opção é importante por que o time pode realizar os treinamentos sempre no mesmo campo, contribuindo para o rendimento dos atletas.
Há também quem prefira simplesmente dar uma volta pelo campus, passear com os filhos ou tomar um mate com a família. Caminhando, correndo de bicicleta, atrás da bola ou do cachorro, seja qualquer dessas atividades, é comum ver várias crianças no campus entre esses dois dias. Junior Sacchetti, que cursa o oitavo semestre de Direito na Faculdade Metodista de Santa Maria, costuma levar os filhos em quase todos os finais de semana.
Segundo ele, “o campus é um local muito agradável e com bastante segurança, mas a UFSM ainda carece de um espaço melhor organizado e preparado para atender à população de fora da Universidade. Poderiam ser construídos mais espaços para a prática de esportes, ou mesmo disponibilizar a estrutura do CEFD. Outra modificação necessária é a melhoria da praçinha para as crianças, que hoje se encontra bastante danificada”.
Alguns vêm ao campus pela primeira vez justamente no final de semana. Isso acontece geralmente quando estão visitando um parente em Santa Maria, como a estudante Fernanda Uchá, de Santana do Livramento. Fernanda afirma que “não tem como vir à cidade e ir embora sem conhecer a Universidade. O campus é enorme e muito bonito; vou levar muitas fotos daqui”.
De acordo com os vigilantes Carlo Vieira e Neiton Trindade, que ficam na guarita localizada na entrada do campus, o movimento nos finais de semana é menor comparado aos outros dias.
Carlo afirma que, “exceto no horário de visita do Hospital Universitário, entre duas e quatro horas da tarde, ou por causa de algum evento no Parque de Exposições, um número reduzido de carros circula. Na Segunda, volta ao normal”. O campus volta a ser mais Universidade.
Lucas Faustino – lucasfaustino@gmail.com
5º semestre/jornalismo
6/5/2008
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