Em busca da excelência

Eugênia Mariano Barrichello coordena o Mestrado em Comunicação da UFSM
Foto: Letícia de la Rue

Em 2006, a UFSM passou a contar com um novo curso de mestrado: o programa de Pós-Graduação em Comunicação foi aprovado e passou a funcionar no prédio 21 do campus, juntamente com o curso de Comunicação Social da Universidade. Neste ano, a terceira turma do programa iniciou suas aulas. A área de concentração do mestrado é “Comunicação Midiática”, com as linhas de pesquisa “Mídia e Identidades Contemporâneas” e “Mídia e Estratégias Comunicacionais”, tratando-se de uma área diferente das demais que já eram estudadas no Rio Grande do Sul. A coordenadora do programa, Prof. Dra. Eugênia Mariano da Rocha Barichello conta sobre o início das atividades do mestrado e a importância de um programa de pós em Comunicação no interior do estado.

InfoCampus: O Mestrado em Comunicação da UFSM é recente, tendo sido aprovado em 2005 e iniciado suas atividades em 2006. O que motivou os professores do curso de Comunicação Social da UFSM a buscar a abertura de um programa de pós-graduação?

Eugênia: Eu acredito que havia uma consciência no grupo de professores que uma área de conhecimento, principalmente numa universidade pública, não sobrevive nos próximos anos se não tiver um programa de pós-graduação completo. Não se admite mais um curso isolado assim. Chegamos num estágio, especialmente as universidades públicas, que se dedicam mais à pesquisa, em que elas precisam dum programa desses. E a outra questão seria que nós tínhamos já uma maturidade, tínhamos mais de 30 anos de curso, uma iniciação científica forte, uma das melhores do Brasil. Uma pesquisa coordenada pela USP no final dos anos 90, início dos anos 2000, dizia que a nossa iniciação científica era a melhor do Brasil. Então são esses pontos que levam a pensar num mestrado.

InfoCampus: Há uma procura grande por parte dos alunos formados no curso de Comunicação Social aqui da UFSM pelo Mestrado em Comunicação?

Eugênia: Sim, e não só dos alunos de Santa Maria, como nós temos um procura grande de todo o estado do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina também.

InfoCampus: Os mestrados em comunicação no Rio Grande do Sul se concentram nas universidades da capital. Qual a importância de um mestrado no interior do estado?

Eugênia: É muito importante para o acesso dos alunos, para que eles não tenham de se deslocar, e também para produzir um conhecimento diferenciado dos que já existem.

InfoCampus: A proposta do mestrado é o estudo na área de concentração de “Comunicação Midiática”. Em que esta proposta difere das dos demais programas de pós-graduação do estado?

Eugênia: Eu não sei até que ponto os outros programas já mudaram, mas quando nós fizemos a proposta do nosso mestrado, a área de concentração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) era “Comunicação e Informação”. Já na Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS) era “Comunicação, cultura e tecnologia”; e na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) era “Processos midiáticos”. A nossa linha tem uma nova proposta, que não está tão longe das dos outros, mas que é diferenciada do que já está sendo feito. Complementa essa área de pesquisa científica do Rio Grande do Sul e também supre a capacidade de absorção dos alunos, pois existia uma procura muito grande, até porque só tinha um programa de pós público.

InfoCampus: Na avaliação dos cursos de pós-graduação da Coordenção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) o mestrado em comunicação da UFSM recebeu nota 3, atendendo, portanto, o requisito básico estabelecido para obter o reconhecimento do MEC. Como esta avaliação foi recebida pelos professores e alunos do mestrado?

Eugênia: Era a nota esperada, pois é nota comumente dada para o início do funcionamento de um programa de pós. Com a nota 4 já se pode pensar em implementar um doutorado.

InfoCampus: Existe a perspectiva da abertura de um curso de Doutorado em Comunicação aqui na instituição?

Eugênia: Sim, no momento em que nós atingirmos esta nota. Estas notas são patamares: 3 seria o mínimo para manter um programa de mestrado. A nota 4 já denota um grau de inserção nacional, ou seja, com essa nota, a nossa produção estaria com uma inserção significativa na pesquisa nacional. A nota 5 também se refere à inserção nacional, e as notas 6 e 7 já são referentes a um grau de internacionalização do programa.

InfoCampus: Quais os próximos passos na busca de aumentar a nota recebida pelo mestrado?

Eugênia: Claro que nós pretendemos melhorar a nota. A CAPES faz uma avaliação trienal. As atividades começaram em 2006, então o triênio é 2006, 2007, 2008. Na próxima avaliação, existe uma tendência geral da CAPES de repetir a nota, mas pode ser, seria muito bom, que daqui uns três anos conseguíssemos a nota 4. Essa nota 4 depende da qualificação da produção tanto dos professores quanto dos alunos. Depende também da inserção dos nossos pesquisadores em grupos de pesquisa e da colaboração com outros programas de pós-graduação, nacionais em um primeiro momento. Agora nós temos um com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), mas buscamos ter mais. Essa colaboração entre os programas é muito importante para aumentar a nota.

InfoCampus: O mestrado tem recebido auxílio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CAPES, no sentido de disponibilizar bolsas para os acadêmicos?

Eugênia: As bolsas são proporcionais à nota do programa. Um programa novo geralmente começa com duas bolsas. Nós começamos com duas. Temos agora quatro bolsas ao todo, dez alunos em uma turma com duas bolsas; e mais dez na outra turma com outras duas.

Letícia de la Rue
5º semestre/jornalismo
6/5/2008


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