Dona Estela, a vovó do Talento

Dona Estela: Quase 25 anos de dedicação à culinária
Foto: Aline Wappler

Terezinha Estelita Flores, a Dona Estela, trabalha na Universidade há quase 25 anos. Seu primeiro trabalho na UFSM foi como cozinheira do Restaurante Universitário (RU) em 1984. O curioso é que, até então, Dona Estela não sabia cozinhar. Assim começou a dedicação de uma vida inteira à Universidade.

Dona Estela permaneceu no RU durante 11 anos. Daquele tempo, ela sente saudades do convívio e das festas que faziam no parque de exposições da UFSM. Para a cozinheira, manter contato até hoje com alguns dos antigos colegas é algo ainda melhor que as suas recordações.

A próxima etapa na relação com a UFSM veio com um convite para trabalhar no Núcleo de Educação Infantil Ipê Amarelo, conhecido como “a creche da Universidade”.

A creche recebe crianças de um a seis anos, filhos de servidores da UFSM (técnicos administrativos e docentes). Além disso, 5% das vagas são destinadas a filhos de estudantes carentes. A creche fica no prédio 4 do campus universitário, e os interessados devem atentar para o período de inscrições.

Aos 57 anos, sorriso estampado no rosto, a cozinheira conta que espera se aposentar este ano. “O trabalho na creche é muito bom, muito gostoso, me dou bem com todos aqui. Mas estou cansada, tenho diabetes. Está na hora de descansar”, afirma.

Dona Estela fala encantada das crianças da creche: “são maravilhosas, cada dia tenho um motivo a mais para vir trabalhar aqui”. Para ela, o ruim é quando acaba o tempo das crianças na creche e elas têm de ir embora. Dos pequenos, são muitas histórias para contar. Certa vez, no supermercado, uma menina deixou a cozinheira emocionada ao lembrar dela. Dona Estela recorda que, de tão feliz, esqueceu até de receber o troco no caixa.

A cozinheira fala orgulhosa da boa relação com os colegas da creche e de como é querida por todos. Ela chegou a ser apelidada de “a vovó do talento”, alusão ao comercial do chocolate Talento, da Garoto. Na propaganda, um rapaz faz a pergunta “você tem talento?” para uma senhora que atende em um bar. Em resposta, a velhinha começa a dançar enlouquecida.

Quando o assunto é o que a Universidade representa em sua vida, Dona Estela afirma que, pra ela, representa tudo. “Eu tenho que agradecer a UFSM, aprendi muito aqui. Claro que sempre há altos e baixos, mas vamos pensar só nos altos, não é?”, diz, bem-humorada.

Aline Wappler – alinewappler@gmail.com
5º semestre/jornalismo
3/6/2008

Edições Anteriores

Quando o trabalho incomum se torna um hábito

Luís Francisco: entre a Biblioteca e o cuidado com os peixes

Vanderlei, para além das mãos

Da técnica à arte, com Renato Molina