Indícios da existência do esquema

I: O início do esquema das subcontratações é anterior ao período em que o Senhor assumiu o cargo de Reitor. O Senhor acredita que as fraudes poderiam ter sido evitadas?

R: Embora tenha sido vice-reitor na outra gestão, não sei até que ponto isso poderia ter sido evitado. Seria uma situação em que quem tinha esse poder deveria ter feito algo. Na época, mesmo que houvesse um certo desacordo com a gestão anterior, da qual eu fazia parte, entendi que devia concorrer; fui candidato para isso. Então, a partir do momento em que fui eleito, fiz aquilo que deveria fazer. A mim não compete julgar atos e atitudes de outras pessoas.

I: Os recentes fatos descobertos pela Operação Rodin, apontando novamente situações que envolvem pessoas que possuíram ou possuem ligação com a Fundação, podem trazer de volta o receio de um prejuízo para a UFSM?

R: Penso que a partir de agora não mais. Trabalha-se única e exclusivamente para a recuperação daquilo que prejudicou bastante a nossa imagem. Com todas as providências, todos os acontecimentos, entendo que essa passagem - e tenho dito inclusive até em tom jocoso - que 2007 nunca mais. Até porque essa instituição não merece o que aconteceu.

I: Até que ponto a ligação com a imagem dos envolvidos e da Fundação compromete o nome da UFSM?

R: Houve denúncias de pessoas envolvidas que tinham vínculo com a Universidade. Evidentemente a instituição ficou prejudicada na sua imagem.

I: Quando o Senhor assumiu a Reitoria, estava ciente ou suspeitava do esquema? Houve algum momento em que lhe foi sugerido, ainda que de forma implícita, participar dele?

R: Não. Não houve a tentativa de envolvimento da minha pessoa no esquema. Embora eu tivesse indícios do acontecimento desses fatos lamentáveis, na minha posição de vice-reitor, não participava mais de algumas decisões por parte da direção. É um assunto delicado, complexo. Criticando ou denunciando, talvez não houvesse a repercussão que deveria ter. São questões difíceis de comprovar. Então, esperei o momento propício, do processo eleitoral, e a partir daí entendi que a Universidade não mais deveria ser utilizada para esses propósitos. São questões delicadas que inclusive nunca utilizei na campanha.

I: Alguns dias atrás, foram divulgadas conversas telefônicas entre pessoas ligadas à Fundação e à UFSM. Uma dessas conversas é entre o vice-reitor Felipe Müller e o então presidente da FATEC, Luis Carlos de Pellegrini. O senhor acredita que essa conversa pode sugerir o envolvimento do vice-reitor?

R: De maneira alguma. Essa conversa foi posterior ao problema. E o que o professor Felipe Müller estava tentando na Fundação, e eu aqui na Universidade, era resolver o problema. Há uma confusão com relação ao período em que houve essa conversa. Isso é posterior à Operação Rodin. Naquele momento, algumas pessoas e empresas envolvidas ainda queriam receber. E foi nesse sentido que o professor Felipe, de maneira correta e adequada, reuniu o Conselho Superior para dizer que a FATEC não iria mais fazer o pagamento dessas notas fiscais. Aquela conversa foi para dizer que a Fundação não iria pagar indevidamente, sem saber do que se tratava, porque o Conselho Superior pouco sabia o que se passava em termos de decisões da própria FATEC.


“Qualquer instituição é resultado do trabalho de todos que fazem parte dela”


Lucas Faustino – lucasfaustino@gmail.com
5º semestre/jornalismo
17/6/2008


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