Everaldo, recepcionista quebra-galho da União

No final do semestre, Everaldo tem pouco serviço na União.
Foto: Karina Dacol

Há apenas dois meses, Everaldo Oliveira de Souza, 37 anos, assumiu o cargo de recepcionista da União Universitária.

Ele conta como conseguiu o emprego: “Não foi fácil. Uma vaga está difícil, mas aí o patrão [“seu Pitaluga”] conseguiu para mim”.

A função do recepcionista é registrar a entrada dos novos moradores da União, alunos à espera de uma vaga na Casa do Estudante Universitário II (CEU II). “Um aluno novo chega e nós temos que registrar eles. Só na entrada, na saída não precisa”.

Além de recepcionar os estudantes, é sua responsabilidade disponibilizar ferramentas para os moradores montarem suas camas. “Tenho que ir mostrar o lugar para eles ficarem lá dentro dos quartos. Tenho que buscar um martelo, algum prego que tem que passar para eles”.

Os turnos de trabalho são de seis horas. Everaldo começa seu turno às 13h e termina às 19h. Como o semestre está quase acabando, restam poucos alunos morando na União. Assim, sobra tempo para Everaldo ler o jornal do dia, tomar um cafezinho e assistir a um pouco de televisão. “É que está vazio agora. O pessoal está todo indo para a Casa, mas quando está cheio não dá. Aí eu fico mais aqui. Um ou outro estão sempre me chamando para alcançar uma coisa ou outra”.

Everaldo diz que está gostando do novo emprego. Desde os 15 anos o recepcionista trabalhou “pra fora”. “Trabalhava em caminhão, descarga de tomate. Nós entregávamos nos mercados, nas fruteiras. Eu saía como ajudante dele [motorista], pra carregar, descarregar”. Resolveu trocar de emprego porque estava trabalhando demais. “Tinha que levantar cedo. Lá, era 5h, 5h30min. Aqui não, aqui é só a partir da tarde”.

Nesses dois meses, Everaldo ainda não tem nenhuma história para contar. Mas o contato com os alunos e alguns anos de profissão se encarregarão de mudar isso.

Karina Dacol – karinaurora@yahoo.com.br
5º semestre/jornalismo
24/6/2008


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