Jornadas Esportivas: a melhor equipe joga no campus Anderson Carpes e a equipe das Jornadas Esportivas.
Foto: Divulgação
Em abril de 2006, Anderson Carpes, Raero Monteiro, Ciro Oliveira, Viviana Fronza, William Araújo, Felipe Cechella e Tiago Medeiros começavam a se mobilizar para levar ao ar transmissões ao vivo dos jogos da Série B do Gauchão. Em setembro de 2007, as Jornadas Esportivas ficaram com o 2º lugar no prêmio Expocom Nacional.
O Expocom é a mostra de trabalhos acadêmicos de cursos de Comunicação Social de todo o país, e integra a programação do Intercom – Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação.
Este mês saiu o resultado da primeira etapa do prêmio, o Expocom Sul 2008 (que ocorre na edição regional do Intercom), e novamente as Jornadas foram selecionadas para concorrerem.
Anderson Carpes, aluno de Jornalismo da UFSM e integrante da equipe, conta um pouco sobre a trajetória e as perspectivas deste jornalismo esportivo feito por acadêmicos.
Infocampus: Como foi o processo de instituição das Jornadas, desde a idealização até a primeira transmissão?
Anderson: A idéia de transmitir os jogos da Série B do Campeonato Gaúcho de Futebol surgiu em abril de 2006. No fim de maio, quando o torneio se encaminhava para o final, com a realização do octogonal decisivo, um grupo de alunos de Comunicação Social da UFSM apresentou proposta formal à direção da emissora. A avaliação foi positiva por parte do coordenador de Comunicação Social da UFSM, Roberto Montagner. O Projeto Jornada Esportiva Universitária teve o apoio dos jornalistas Cezar Saccol, Candido Otto da Luz e Gilson Piber, que integraram a equipe nas funções de narrador, plantão esportivo e comentarista, respectivamente. Luís Alberto Vargas foi o narrador convidado em três jogos. Os operadores de áudio Renato Molina e Otacílio Neto coordenaram a central técnica. Os acadêmicos de Jornalismo formariam a equipe de narração, reportagem de campo e torcida, como Atividade Complementar de Graduação, uma vez que a emissora dispõe do Projeto Rádio-Escola, que oportuniza aos alunos a vivência da prática jornalística, ainda nos bancos universitários. Os repórteres escolhidos para trabalhar nos jogos já tinham interesse no radiojornalismo esportivo.
I: O que mudou desde a primeira transmissão, em 2006?
A: Em 2006 foram apenas seis jornadas transmitidas. Só transmitimos os jogos do Internacional de Santa Maria, realizados em Santa Maria. Já em 2007, tudo mudou. Tivemos a entrada de novos acadêmicos qualificando a equipe e ainda o lançamento de dois narradores. Transmitimos os jogos desde o seu início do campeonato, em março. Foram 28 jornadas esportivas ao longo do ano, culminando com o acesso do Internacional de Santa Maria a divisão especial.
I: Quais acontecimentos você destaca como os mais importantes da trajetória do Jornadas Esportivas?
A: Bom, em 2006, nós não sabíamos bem como era transmitir uma partida de futebol. Éramos inexperientes, mas com muita vontade de aprender. No começo, fomos taxados de rádio pirata, que colocava acadêmicos para falar de futebol. Mas agüentamos as pressões externas, e com o passar do tempo, fomos ganhando respeito com as demais emissoras de Santa Maria (Imembui, Medianeira, Santamariense e Guarathan). O que acrescentou bastante em experiência foram as jornadas fora de Santa Maria. Foi feito uma escala antecipada de quem viajaria e quanto tempo de viagem seria. Viajamos até as cidades de São Gabriel, Sarandi, Santo Ângelo, Sapucaia, Erechim, Santa Cruz.
I: E como é trabalhar com uma mulher na equipe numa área praticamente dominada pelos homens? Ela é uma das idealizadoras?
A: Sim, ela é. É muito gratificante, uma vez que ela sempre se interessou por essa área. Em 2006, ao fim do campeonato, a Viviana Fronza recebeu menção honrosa da diretoria do clube. Ela foi a primeira mulher a fazer trabalho de reportagem em rádio, no campo do Estádio Presidente Vargas.
I: O que representou pra você e para a equipe do Jornadas Esportivas ter conseguido a 2ª colocação no prêmio Expocom Nacional de 2007?
A: Foi um reconhecimento de todo o esforço realizado ao longo de 2006 e 2007. É muito fácil ter idéias. Difícil é colocá-las em prática. Mas com dedicação e força de vontade, aprendemos um pouco a prática do radiojornalismo esportivo, interagimos com a comunidade e, acima de tudo, revelamos talentos. É fundamental a renovação dentro do cenário esportivo em Santa Maria.
I: Pelo que você pôde observar no Intercom ano passado, qual o diferencial do trabalho de vocês em relação aos demais concorrentes da categoria? A que você atribui essa conquista importante?
A: Bom, na inscrição não havia categorias esportivas. Mas havia a categoria "Agência Experimental". Pensamos que incluir as Jornadas Esportivas nessa categoria seria uma ousadia. E deu certo. Acreditamos que uma jornada esportiva transmitida por acadêmicos era uma inovação e, por isso, se encaixaria perfeitamente nessa categoria. Exatamente ser uma inovação foi o diferencial.
I: Como vão ficar as transmissões de 2009, ano de formatura da equipe idealizadora? Houve ou há a preocupação de preparar novos alunos para que esses eventos continuem sendo veiculados pela Rádio Universidade?
A: Estamos enfrentando dificuldades para transmitirmos esse ano, e por isso, não voltamos às atividades em 2008, ao menos momentaneamente. Para 2009, estaremos quase todos formados (apenas dois da equipe estarão cursando) e perderemos o vínculo com a Universidade. Logo, se houver um planejamento dos acadêmicos que ainda encontram-se no curso, agregando novos talentos, as jornadas esportivas podem voltar com uma nova formação. Eu torço para que as transmissões esportivas continuem.
Karina Dacol
5º semestre/Jornalismo
29/4/2008
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