Música, projeto de vida Edu começou a carreira profissional em outubro de 1988, tocando na noite de Porto Alegre. Algum tempo depois, queria sair da noite, mas sem muitas opções começou a dar aulas de música para crianças de uma creche. Desde então, os pequenos preenchem tanto sua vida, que ele e a esposa, Maria Inês, não pensam em ter filhos. “Eles são todos meus filhos”.
Apesar do conhecimento de outros instrumentos, a percussão é a que preenche seus dias e o que o trouxe a Santa Maria. Em Porto Alegre não havia a opção de bacharelado em Música – Percussão-, aí veio para a cidade, e não saiu mais.
Terminou a graduação, fez mestrado em Educação Musical, também na UFSM, e atualmente está fazendo doutorado na mesma área na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – (UFRGS).
O sonho de ser famoso foi há muito tempo substituído. “Escolhi estudar música, mas trabalhando desta forma tenho tudo”. Já tocou no Teatro São Pedro, em Porto Alegre, e em diversos estados do país, mas tem certeza que não é essa sua maior alegria.
Seu rosto não preenche capas de revista ou programas de televisão, mas é celebridade entre as crianças e as famílias. É essa a fama que se traduz em realização. “Já chorei no pátio de uma escola no interior do interior do Rio Grande do Sul, só por ver a gratidão e o sorriso no rosto daquelas crianças.”
Escolheu ser músico, o resto, dar aulas, seja para crianças ou adultos, fazer teatro infantil – seu novo projeto – mestrado, doutorado, veio como conseqüência de muita dedicação. “Não acho que a música seja um dom, mas tem que ter oportunidade. Alguns têm mais facilidade, mas talento leva até um lugarzinho, limitado, é a dedicação que faz a diferença”.
Cada uma das crianças da oficina de percussão sabe disso. Seja através das palavras de Edu ou das aulas de Zé Everton, idealizador do projeto, os meninos e meninas aprendem mais do que tocar um instrumento. “Pelo menos é isso que eu espero. Quero que eles saiam daqui querendo trocar algo que não é dinheiro. Com vontade de fazer alguma coisa não por grana, mas pelo outro”.
Depois de cada apresentação, muitos aplaudem de pé, parabenizam o grupo, mas o mais gratificante ele responde, olhando as fotografias em que não está presente, “Olho pro olho das crianças, brilhando, de felicidade, e lembro que elas estão olhando pra mim”.
Além do desejo de fazer a diferença na vida de cada criança, somente outro está nos planos de Edu. “Quero fazer um show solo de percussão”.
O que se pode garantir é que a oportunidade não está tão longe.
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Géssica Valentini - gessicavalentini@yahoo.com.br
7º semestre/jornalismo
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